Tony Reis - A Saudade É Companheira

Eu deixei tudo e recordo com saudade
Da velha casa no sertão onde eu nasci
A passarada que cantava lá na mata
E no serrado o canto da juriti
Lá na paiada a codorna e o inhambu
O canto triste do urutau e da perdiz
Vejo meu gado pastando na invernada
E com a chuva a tropa correndo feliz

Ouço distante o canto do carro de boi
Berrante triste com o estouro da boiada
Nuvem de pó que subia para o céu
Terra vermelha que cobria a velha estrada
Ouço distante o canto do carro de boi
Berrante triste com o estouro da boiada
Nuvem de pó que subia para o céu
Terra vermelha que cobria a velha estrada

A nossa casa era coberta com sape
Parede feita com ripa de coqueiro
A nossa carne era de bicho do mato
Com muito peixe pois pescava o ano inteiro
Paiol de milho e a tulha de arroz
Porco na ceva e galinhada no terreiro
Vejo o monjolo batendo lá Corguinho
E o velho carro encostado ao pé do mangueiro

A corruíra lá no esteio da casa
O sabiá cantando na laranjeira
Lá bem distante tudo é recordação
Dentro do peito a saudade é companheira
A corruíra lá no esteio da casa
O sabiá cantando na laranjeira
Lá bem distante tudo é recordação
Dentro do peito a saudade é companheira